Distritos & Bairros, Zona Central Comentários desativados em Santa Cecília
A historia do largo e do bairro de Santa Cecília começou em 1860, quando moradores da região pediram licença à prefeitura para construir uma capela de madeira – o que foi imediatamente aceito. Um ajuntamento de pessoas começou a tomar forma, já que a cidade crescia em direção ao largo do Arouche e à área onde hoje é a Vila Buarque. A localidade desenvolveu-se devido ao loteamento de algumas chácaras e, como sempre, a igreja foi o chamariz de novos moradores.
Uma delas foi arrematada, com a falência do Banco Mauá, por Francisco Aguiar de Barros; após a sua morte, a chácara ficou para a viúva, dona Maria Angélica de Sousa Queiros de Barros, que promoveu a abertura de ruas, dando lugar ao bairro de Santa Cecília.
Em 1887 o futuro largo de Santa Cecília era apenas o campinho de Santa Cecília, limite extremo da cidade e ponto de partida para Campinas. Em 1884 foi construída a bela mansão de dona Veridiana, nos altos do bairro. Totalmente projetada na Europa, em estilo renascentista francês, com extensos jardins desenhados pelo paisagista francês Glaziou, era uma das mais belas da capital.
“Largo” é uma referência à antiga capela de Santa Cecília, feita de madeira, substituída por outra em 1884 – também demolida para dar lugar à atual, inaugurada em 1901. Santa Cecília pertencia a Perdizes. Seu crescimento levou à separação. A igreja possui obras belíssimas do pintor Benedito Calixto e de Oscar Pereira dos Santos. Ela conserva também um dos sinos que anunciaram a Independência.
Santa Cecília nasceu no princípio do século III em uma das mais gloriosas e ilustres famílias de Roma, conhecida por Gens Cecília, cuja linhagem provém do tempo da República. São desconhecidos os nomes de seus pais, que se julga tenham sido cristãos.
A santa romana era uma jovem nobre que assistia todos os dias às missas rezadas pelo papa Urbano nas catacumbas da via Ápia. Conta uma lenda que no dia de seu casamento, enquanto ouvia a música , Cecília cantava a Deus em seu coração. De noite, ao chegar em casa, Cecília contou ao marido que ele não poderia toca-la, pois era protegida de um anjo que haveria de protegê-lo também.
Seu marido então se converteu. A santa e sua família foram presas e mortas por serem cristãs. Diz-se que quando foi decapitada, sua cabeça não caiu. Sobreviveu três dias, professando em silêncio sua fé, com uma das mãos apontando um dedo e a outra, três. Santa Cecília é considerada a padroeira da música, e é comemorada no dia 22 de novembro, dia da música. Além de padroeira da igreja, santa Cecília é também padroeira dos músicos.
Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano
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